04 outubro 2005

GUATEMALA


Guatemala, o berço do quetzal, da mística Serpente de Penas (Quetzalcóatl) adorada pelos maias, sob o nome de Kukulkán, é uma terra de estranhas dimensões temporais e espaciais que esconde importantes tesouros. O país não está formado só por belas paisagens de montanhas, vulcões e rios, selvas ou místicos lagos, como o Lago de Atiltlán. Guatemala, no coração do mundo maia, é o centro de muitas antigas tradições, que existem até nossos dias.

Antigua - Guatemala


À 45 quilômetros da Cidade da Guatemala encontra-se Antigua, a velha capital do país e uma das cidades mais belas da América Central. Com uma população de 30.000 habitantes, é um dos destinos preferidos pelos turistas que visitam a Guatemala. Desde a sua fundação no ano de 1542 a cidade sobreviveu a numerosos cataclismas.

Antigua - Guatemala


A melhor forma de conhece-la é começar pela Praça Maior, onde localiza-se a Fonte das Sereias, o ponto de reunião mais popular. O parque está rodeado pelas construções mais emblemáticas. Ao sul, o Palácio dos Capitães do século XVI com uns preciosos portais ao longo da sua fachada. Por mais de 200 anos foi a residência do Virrei, na época da colônia e na atualidade é a sede do Governo Regional. Ao leste a Catedral de Santiago, construida entre os séculos XVI e XVII e em pleno processo de restauração. Muito perto, o Museu de Arte Colonial, na antiga sede da Universidade de São Carlos de Borromeo. Aqui exibem-se diversas peças do periodo colonial, incluindo uma pintura de Pedro de Alvarado, conquistador da Guatemala. O Palácio da Prefeitura, do século XVIII, encontra-se ao norte da Praça. Aqui tem sua sede o governo municipal. Distingue-se o Museu de Santiago, com uma esplêndida coleção de móveis e peças do período colonial. De lado, o Museu do Livro Antigo, onde mostra-se o processo de impresão durante os tempos da colônia.


Catedral de Santiago


Catedral de Santiago


Arco de Santa Catarina




Voltando ao centro e em direção sudeste liga-se a Igreja e Convento de Santa Clara do século XVIII. Destaca-se os arcos que rodeiam o claustro e a fachada, ricamente trabalhada e que encontra-se no interior. Mais para o sul, a Igreja de São Francisco do século XVI e recentemente restaurada. sobressai a Capela do irmão Pedro, o monje que fundou um hospital para os mais pobres.


Chichicastenango - Guatemala


Mais para o norte, a 185 quilômetros de Panajachel encontra-se Chichicastenango, no Município do Quiché, é aqui onde tem lugar, às quintas e domingos, o mercado mais espetacular do país. Desde antes da conquista, Chichicastenango foi um importante centro comercial dos índios cakchiquiles e quichés. Desde então o mercado, que deve ser conhecido, numerosos indígenas e camponeses de perto, descendo a pé ou de ônibus para vender seus produtos. Se coincidir com o domingo poderá ver as procissões das cofradias que, com os passos de seus santos nas costas e entre música, foguetes e fogos artificiais, vão à Igreja. Destaca-se a Igreja de Santo Tomás, modesto templo do século XVI.

Chichicastenango - Guatemala

Chichicastenango - Guatemala

Chichicastenango - Guatemala

Chichicastenango

Chichicastenango


As paredes caiadas da Igreja de Santo Tomás ofuscam a vista. A grande construção, do século 16, ocupa o centro de Chichicastenango e é ponto de rituais em que crenças indígenas se mesclam ao catolicismo, numa complicada fusão de fés. É porta principal, mulheres e homens queimam incenso o dia inteiro, para purificar o ambiente contra os maus espíritos.

Chichicastenango

Chichicastenango


A fumaça de incenso cria uma cortina de neblina perpétua em Chichi, como a cidade é chamada pelos locais. Combina com a aura de mistério e magia que a envolve desde que, no fim do século 18, foi encontrado na cidade o Popol Vuh - livro sagrado indígena, uma espécie de Bíblia maia, que relata as trajetórias dos quichés e dos kakchiqueles, as maiores etnias da Guatemala.

Chichicastenango


Artesanato: Chichicastenango é famosa tanto por seu mercado quanto pelo artesanato. Entre as principais produções dos artesãos do local estão os tecidos, particularmente o huipil (uma espécie de blusa feminina, elaborado com três lenços confeccionados em um tear de cintura. Seu colorido, assim como seus desenhos florais diagonais, se apresenta também nos tzutes, panos cerimoniais, usados por homens nas cabeças durante as festas.

Chichicastenango

Chichicastenango


A fabricação de máscaras também tornou a região famosa, principalmente por causa das máscaras esculpidas em madeira. Usadas pelos dançarinos nos bailes tradicionais, as máscaras são também apreciadas por seu valor decorativo.

Lago Atitlán


Na região montanhosa de Sololá, no Altiplano Guatemalteco, se encontra o famoso lago de Atitlán, ao qual o escritor inglês Aldous Huxley chamou de "o mais belo do mundo". Com uma superfície de 130 quilômetros quadrados e situado em uma altitude de 1,562 metros, o lago tem a seu redor uma paisagem de três vulcões: o Atitlán, o San Pedro e o Tolimán, cujos cumes ultrapassam os 3 mil metros acima do nível do mar. As florestas de árvores coníferas são refúgio de espécies de plantas e animais em ameaçados de extinção.

Lago Atitlán

Lago Atitlán


De acordo com geólogos, o lago Atitlán é um dos acidentes geológico-vulcânicos mais interessantes do planeta. Nos últimos 15 milhões de anos, se formaram neste lugar três cadeias vulcânicas justapostas, sendo que a mais recente é de apenas 85 mil anos atrás. A formação desta última cadeia foi a origem de uma gigantesca erupção, que constituiu uma verdadeira hecatombe para a maior parte do atual território da Guatemala, e erradicou quase toda a vida animal e vegetal. Os impactos desta erupção foram sentidos até em lugares distantes, onde hoje é a Costa Rica e o estado mexicano de Oaxaca, e suas cinzas chegaram até a Flórida, nos Estados Unidos.


Sem dúvida, poucas regiões da Guatemala foram palco de tantos acontecimentos históricos como o Lago de Atitlán, tanto antes como depois da conquista espanhola. Esta riqueza histórica se encontra muito bem documentada em textos e crônicas, como o Memorial de Sololá, importante documento indígena sobre as migrações e fundações dos primeiros assentamentos no Altiplano Guatemalteco, principalmente ao redor do lago. Mutos dos lugares a que se refer o Memoriam ainda conservam os mesmos nomes atualmente. Tanto a Historia Verdadera de la Conquista de la Nueva España, do cronista espanhol Bernal Diaz del Castillo, como la Recordación Florida, de Francisco de Fuentes y Guzmán, recorrem em suas páginas a passagens da história desta região no momento da conquista.


No entanto, além da importância paisagística, geológica e histórica do lago de Atitlán, a região compõe um universo cultural magnífico. Seus habitantes, pertencentes a grupos maias kaqchiquel, tzutujil e q'iché, mantém vivas suas culturas, cujas manifestações podem ser admiradas pelo visitante. A maior parte dos povoados ao redor do lago são de origem pré-hispânica, como Santiago Atitlán e seu antigo assentamento, Chuitinamit, mas a maioria dos locais têm traços da época colonial.


Mercados: As cores de cada povo do lago de Atitlán se mesclam todas as terças e sextas, quando é dia de mercado em Sololá. Nas ruas ao redor do parque se instalam os mercadores, que chegam para oferecer os produtos de suas cidades de origem: legumes, frutas, pescado, laços, cestos e diversos outros produtos artesanais. Os que chegam de aldeias e povoados remotos aproveitam sua estadia em Sololá para cuidar de assuntos admninistrativos ou ir à igreja, porque em toda a cidade se respira um ambiente de muita animação. Ao sul do lago de Atitlán, em Santiago e San Pedro la Laguna, existem diariamente feiras e mercados de muito colorido, que mostram a vocação comercial dos tzutujiles, famosos desde os tempos pré-hispânicos.


Artesanato: Os povos das margens do lago de Atitlán são famosos por sua habilidade artesanal. Como no resto das terras altas da Guatemala, em Atitlán se sobressaem os tecidos, tanto por seu colorido quanto pela variedade de estampas, que distinguem um povo de outro. Por exemplo, apenas seis quilômetros separam Santa Catarina de Palopó de San Antonio Palopó, mas o colorido dos tecidos varia do azul intenso ao vermelho escarlate.
A escultura em madeira de personagens em cenas de vida cotidiana, produzida por artesãos de Santiago Atitlán também se destaca, assim como a obra de seus pintores populares que deram fama internacional no mundo das artes plásticas à cidade, assim como a San Pedro la Laguna.


Igreja de San Pedro la Laguna


Lago Atitlán

Tikal


Tikal foi um dos centros urbanos mais importantes da época maia. As mais de 3 mil construções que se estendem por mais de 16 quilômetros quadrados incluem palácios, templos, pátios cerimoniais, campos para jogos com bola, terraos, residências, praças, calçadas e saunas.
O visitante que chega a Tikal, mesmo que já tenha visitado a antiga cidade antes, fica deslumbrado com a imponente Plaza Mayor e a imensidão arquitetônica de seus templos. O templo I, conhecido como o templo de Gran Jaguar, aponta para o ocidente através da praça, alcançando uma altura de 52 metros. O templo II, que fica em frente, é chamado também de templo de Los Mascarones, tem uma forma mais achatada e sua altura chega a 42 metros.
metros.

Tikal


A esplanada que separa os dois templos é de aproximadamente um hectare e seu piso original data de 150 a.C. Sobre ela, estão 70 esteiras e altares e ao redor deles estão os complexos de palácios conhecidos como acrópolis. Mas as relíquias colossais de Tikal incluem muitos outros edifícios, entre eles o templo IV, o mais alto da área, que ultrapassa os 60 metros.
Ao mesmo tempo, existem no local outros 200 altares e esteiras, locais para enterros e oferendas rituais. As descobertas arqueolôgicas de Tikal, que se encontram tanto nos museus do parque como na cidade de Guatemala, mostram a delicadeza do artesanato em cerâmica e das esculturas em jade, sem mencionar os umbrais esculpidos em madeira de chicozapote. Todos estes monumentos e mais de 100 mil ferramentas, objetos de culto e adornos que foram encontrados na região demonstram que Tikal teve uma vida ininterrupta por pelo menos mil anos.

Tikal


Central Acropolis - Localizada no lado sul da Grande Praça. Um pátio composto de pequenos templos e salas aonde parte de moradia dos nobres de Tikal.

Tikal


Templo I conhecido como Templo de Gran Jaguar


Grande Praça


El Mundo Perdido - um extenso complexo de 38 estruturas com uma imponente piramide no centro. O seu topo era uma plataforma de observações astronomicas.

Tikal


Templo IV, a 64 metros é a mais alta construção de Tikal e de todo o período Pré-Colombiano conhecido. Foi completado por volta de 741. Foto tirada no topo do Templo IV com o panorama para os templos I e II.


Templo II, é chamado também de templo de Los Mascarones, tem uma forma mais achatada e sua altura chega a 42 metros.
metros.


No outro lado do Acrópolis Sul estão Praça dos Sete Templos. Pequenos templos, estão todos bem próximos um ao outro.

Fauna de Tikal


Fauna: Tikal é considerado como um dos lugares privilegiados para a observação de aves, tanto as que habitam normalmente a região quando as migratórias e também varios primatas e outros mamíferos. Refúgio de tucanos, papagaios, guacamaias e colibris, a selva de Tikal protege a vida de aves de maior envergadura, como as de rapina. Recentes investigações encontraram em este parque falcões extremamente raros, como o de peito laranja.

Fauna de Tikal

Fauna de Tikal

Fauna de Tikal